Japonês!

Ricardo, um nissei de uns 35 anos, passeava por uma bela praia da Bahia, quando encontrou um garotinho que parou embasbacado na sua frente.
Ricardo, então, percebeu que o garoto estava muito interessado nos seus olhos. E perguntou:
– O que foi? Nunca viu um japonês?
E o menino lhe deu um sorriso sincero e respondeu com admiração:
– Só o Jaspion!!!

Duas do Pedro

Pedro é irmão da Mariana e, com seis anos de idade, também contribui bastante para a filosofia da casa…

…percebendo as diferenças “pedagógicas” das mães…

– Ainda bem que as mães não são todas iguais: elas não proíbem as mesmas coisas, não mandam igual…
– Por que você tá falando isso? – pergunta a mãe.
– Você, por exemplo, nunca manda a gente lavar as mãos antes de comer.
(pelo jeito as mães dos amigos dele mandam bastante…)


… na hora do lanche, um pouco bravo…

A mãe do Pedro morde o último bolinho de chuva e ele diz:
– Poxa, mãe, mas eu te pedi pra você guardar um pra mim!
Cheia de culpa, ela responde:
– Desculpa, filho, eu esqueci… Pega, come essa metade.
– Eu não! Eu não quero seus micróbios!

Por favor!!!

Theo, com 1 ano e 8 meses,  já fala pelos cotovelos e quando quer uma coisa não pede, exige!!! (Com muitos pontos de exclamação mesmo). 
Sua mãe (no caso, eu 🙂 já lhe explicou várias vezes que, quando queremos algo, podemos pedir com calma, dizendo “por favor” e esperar pelo tempo da outra pessoa.
Com todas estas explicações, Theo aprendeu a falar o “pofaô” desde 1 ano e pouco, mesmo que aos berros, como quando está com sede e grita: “Ábaaaa!!! Pofaô!!!!
Dia desses, indo para o sítio no carro com seus pais, ele viu um pacote de bolacha de Água e Sal e logo começou:
Acha, mamãe! Acha!! Achaaa!!!
– Calma, Theo, já vou pegar… – respondi ainda com calma.
Acha!! Achaaa!!! Achaaaa!!!! – insistiu Theo, ignorando o pedido de calma.
– Theo, eu não vou dar bolacha nenhuma desse jeito, você sabe muito bem que não precisa gritar e que é para pedir “por favor”, não sabe? Então para de gritar e pede “Acha, por…”
To! Porto, mamãe!!! Oint, oint!
(Fala final com direito a cara de porquinho e tudo, ai, ai, ai…)

Cuidado

Alice, com 1 ano e 7 meses, já falava frases e não estava gostando de ficar sem atenção sentada na cadeirinha do carro. Seus pais estavam conversando, virados para frente quando escutam:

– Cuidado papai, cuidado papai…

Na hora, o pai de Alice olha rápido para trás e pergunta:

– O que foi, filha?

E ela responde, com cara de sapeca:

– Olha “pá” “fente”!

O que é importante

Na escola de Felipe, em todo início de ano, são feitas algumas listas com as crianças, registrando “o que vamos aprender”, ou simplesmente as “regras gerais” combinadas previamente com os alunos, desde os três anos de idade.
Foi em um momento de retomada de uma dessas listas que a professora de Felipe falou:

– Então pessoal, vamos lembrar os nossos combinados?

1) Levantar a mão para falar”.

2) Ouvir o que o amigo diz, em silêncio” – Isso é muito importante, não é pessoal?

– SIM! – respondem todos animados.

– Bom, vamos continuar:

3) Lavar as mãos antes de tomar o lanche”. Isso também é importante?

– SIM – novamente em uníssono…

– 4). Ah, essa também é muito importante. “Não bater no amigo”.

Neste momento, Felipe levanta a mão, demonstrando muita ansiedade para falar.

– O que foi Felipe, você quer falar alguma coisa?

– Professora, sabe o que é muito importante nessa vida?

– O quê?

– O que é mais importante, é não levar chineladas!

Diversas do Ian

Nos últimos dois anos, o Ian (hoje com 4 anos e 10 meses) teve boas conversas em casa. Compilando as publicações da TL de seu pai, surgiu uma divertida coletânea por aqui 🙂

O pai do Ian começou a cursar uma faculdade de medicina e ele aproveitou para sanar suas dúvidas:

Mexendo na mão…
-Pai, você já aprendeu na escola de médicos como as partes do corpo ficam coladas?
-Como assim, coladas?
-Ué, meu dedo tá colado na mão, que tá colada no braço. Nunca percebeu, pai?

Tirando uma casquinha do braço…
– Pai, você lá na sua escola de médico já aprendeu a cuidar desse tipo de dodói?

Durante um estudo de neuroanatomia no computador, ele quis saber:
– Pai, o que é isso? É um ‘célebro’?
– Sim, filho.
– Sabe quem gosta de ‘céleblo’? Zumbi.
– Zumbi?
– Zumbi, sabe? Zumbi é como uma múmia. Ele anda assim… (vai andando com as pernas duras e mãos estendidas). A diferença é que zumbi gosta de comer ‘célebro’ e múmia não, só fica dormindo dentro das pirâmides.

Ele também fez algumas gracinhas na hora do banho:
– Já acabou de se lavar, filho?
– Não, falta o bumbum e o pintóvski.

E, num domingo pós viagem, deu seu veredito final:
– Pai, eu queria que amanhã “sesse” outro feriado!

Suas escolhas alimentares foram ecléticas:
– Ian, você vai comer só batata? Não vai comer franguinho? – perguntou o irmão.
– Não, Theo. É que hoje eu virei herbívoro.
– Você sempre vira herbívoro no dia da batata frita, né, Ian?
– É, Theo. Você sabe que eu gosto de ser herbívoro.
– E no dia que tiver lula fritinha?
– Aí eu viro carnívoro. Qual o problema?

E esperando o Pokemon Go carregar… de repente, ele deu um berro:

– OLHA PAI! Tem o meu nome aqui embaixo do balãozinho! Ele sabe que sou eu!

 

Ian passou por uma fase em que falava “Nossa!” para tudo. Um dia, seu pai chegou em casa depois de 12 horas na rua e o pequeno não teve piedade:
– NOSSA, pai!
– Que foi?
– Como você tá fedido!

Na escola, esteve empenhado nos desenhos:
– O que você fez hoje, filho?
– Foi muito legal, cada pessoa podia pintar o que quiser. A minha amiga Diana pintou uma flor!
– E você, Ian?
– Eu pintei uma pessoinha que sonhou que estava dentro do redemoinho de um furacão!

Com 3 anos e 9 meses, voltou do supermercado explicando:
– Oi mãe, olha, eu compLei só tLêis goLoLobas, tá?

Também conversou com o irmão sobre uma música da Marisa Monte:
– Eu não ‘lembo’ a música que a gente está aprendendo para a mamãe, Theo…
– Não é aquela do “Amor Alô Viu?”

 

Também refletiu sobre as relações parentais:
– Pai, vamos brincar de família lobo? Eu sou o filhinho lobo e você é a mamãe lobo.
– Mamãe?
(Ele pensa, diplomático)
– É que lobo não precisa muito de pai, né?

E sobre a organização alimentar:
– Pai, o jantar é um tipo de almoço, não é?

Um dia deixou uma pilha de brinquedos jogados no chão e seu pai perguntou:
– Quem fez essa bagunça?
– Fui eu.
– E quem vai arrumar?
– Pode ser você?

No processo de desfraldamento, anunciou:
– Pai, acho que escapou um xixi…
– Deixa eu ver… é filho, escapou muito.
– Por que escapou xixi?
– É porque você não tá prestando atenção no seu corpo?
(ele pensa)
– Tô sim, pai. Meu corpo tá cheio de xixi.

Com 2 anos e 9 meses, assistiu um jogo de futebol na TV. Seu irmão, Theo, ficou tagarelando ele se esforçou para entrar na conversa, sem muito sucesso. Até que… Theo perguntou:
– Mas o jogo é aqui no clube?
– Não, esse é no estádio do Sport – respondeu o pai, que ainda ía explicar onde fica o estádio, mas foi interrompido pelo pequeno que declarou com muita ênfase:
– Nãããão, é no “estádios unidus”, né, “genti”?!

E, pra terminar, com 2 anos e 4 meses, o pequeno divertiu a família toda com novas pronúncias da Língua Portuguesa:

galinha preta com bolinhas brancas = Galinha Gangola
onde fazemos compras – Fimicado
onde comemos de vez em quando = Vistaulante
o que comemos depois do jantar = Fubimesa
o que não faz bem pra nossa saúde = Pucalía
para subir no nosso apartamento, a gente usa o… Vilador
o que protege os nossos pés = Satapo
objeto que ajuda a enxergar melhor = Lóculos
o que gostamos muito de ouvir aqui em casa = Múcasa
quando estamos cansados, a gente pode… Vilaxá
e podemos deitar na… Alfumada
a mamãe precisa sair pra… Pataiá
antes de ser adulto a gente é… Quilança