Descoberta na banheira

Rio de Janeiro, aquele calor das músicas da Fernanda Abreu… E o Hugo, com 2 anos e pouco pediu para ficar mais tempo brincando na banheira. 
– Ok – responde qua mãe – mas eu vou lá na sala falar com a tia Cris e já volto.
Da sala, a tia do Hugo ouvia as risadas e o barulho de água sendo espalhada para todos os lados. 
Até que: silêncio… E um grito, com tom de desespero:
– Mamãe, mamãe, mamãe!

A mãe volta correndo e encontra o filho com as pernas levantadas e a mão no traseiro, dizendo:
– Mamãe, mamãe! Costura aqui! Tem um buraco no meu bumbum!

Miguel, partos e reencarnações

Miguel, após conhecer sua prima que acabara de nascer e mostrando-se bem informado sobre a fisiologia reprodutiva feminina:
– A Jaci, com essas bochechas enormes…nossa…deve ter sido difícil passar pela xoxota da tia Nani pra nascer!
E recorrendo a “filosofia reencarnacionista” para argumentar com sua mãe:
– Mãe, sabe porque eu não posso dar para o Benjamim essa bicicleta que ficou pequena para mim? Porque quando eu morrer e nascer outra vez, eu vou ter 5 anos de novo, então, tenho que deixar ela guardadinha.

Consertando

Davi, com quatro anos e dez meses, conversando com sua mãe:

– Mamãe, quando as pessoas ficam doentes existe conserto?
– Para cada tipo de doença, existe um tratamento que “conserta” – explica sua mãe, que também pede: – filho, coloca suas meias que está frio, pra você não ficar doente.
– Não vou colocar! Como eu fico doente? Com gripe?
– Sim.
– Hummmm… – pensou, pegou as meias, pediu ajuda pra recolocar e perguntou novamente: – Mamãe, quando a gente quebra alguns fósseis tem conserto?

consertar

(imagem: gartic.uol.com.br)

Viagem astral

– Mãe, eu quero pisar na lua. – afirma Caio, com 4 anos e pouco, no carro com sua mãe.

– Ah, então você vai ter que virar astronauta. – explica a mãe.

– Quando eu tinha 2 anos, eu tinha um traje de astronauta. Eu era astronauta de verdade, andava de foguete…

– É mesmo? E pra onde você foi?

– Ah, eu fui para o espaço, pra Saturno…

– Nossa, pra Saturno? Que legal!

– É, só que lá era muito gelado… tive que levar muita roupa de frio. Tinha até pinguim! E urso polar. Aí eu fiquei com medo do urso polar, que queria me comer…

– Puxa, e o que aconteceu?

– Ah, eu corri muito e ele não me alcançou. Aí eu encontrei uma foca e entrei com ela na água.

– A água devia estar muito gelada, né?

– Não, porque a foca estava quentinha e eu mergulhei agarradinho nela… Aí eu entrei no foguete de novo e voltei pra este planeta onde estava antes. E encontrei você, o papai…

– Ah, entendi…

– Sabia que o piloto tinha o mesmo nome de mim? E ele cuidava de mim enquanto a gente estava no espaço!

Últimas do Ian

Ian, com 2 ans e 3 meses, adora balançar e no sítio chega a ficar uns vinte minutos entretido com o vaivém. Em um dia desses, sua mãe perguntou:

– Tá cansado, filho?

E ele respondeu:

– Não, mãe, “tô velaxando”…

 

 

E antes disso, ele declarou animado:
– Mamãe, eu não “xô” neném!

– Não, meu amor, você cresceu, né?

– É! Eu “xô” filhinho!

 

 

Lição com dramalhão

Beatriz, com 6 anos, tinha bastante lição de casa para fazer.

– Beatriz, vai fazer a lição. – pede sua mãe.
 – Já vou, mamãe, estou com fome. – explica Bia.

Meia hora e uma bisnaguinha com nutella, mais tarde… 

– Beatriz, vai fazer a lição! – pede, com mais ênfase, sua mãe. 
 – Já vou mamãe, estou com sono.

Mais uma hora e muitos desenhos depois… 

– Beatriz, vai fazer a lição!
 – Já vou mamãe, estou com dor de barriga. – responde Beatriz,  já com um início de dramatização.

Mais meia hora… 

– Beatriz, vai fazer a lição! 
 – Não consigo, mamãe… – e a dramatização fica mais elaborada…

– Beatriz, pára de se fazer de coitada e vai fazer a lição!
 – Eu não tô me fingindo de coitada. Eu sou coitada!!! – finaliza a mocinha, que, depois de exercitar bastante sua veia artística, conclui a lição rapidamente, às 17h30.