Diversas do Gael 3

Gael agora está com 2 anos e 10 meses e fazia tempo que não aparecia aqui no blog. Mas isso não quer dizer que ele tenha parado sua incessante produção de pérolas :). Aqui as últimas amostras produzidas no segundo semestre de 2013 e agora no início de 2014:

Refletindo sobre irmãos
– Gael, você quer um irmãozinho? – brinca sua mãe.
– Eu quéo! Um neném? – anima-se Gael.
– É, um nenenzinho pequenininho, bem bonitinho. Você quer?
Quéo!
– Você vai cuidar dele?
.
– Você vai deixar ele brincar com seus brinquedos?
Ãhn?
– Você vai deixar ele brincar com suas coisas, com seus carrinhos, com sua bola?
– Aaaaahhh, não, não quéo imãozío mais!


Pintando
 

Tabe, daquela vez? Eu pintei! – conta Gael.
– Você gosta de pintar? – pergunta seu tio.
– Eu góto!
– E o que você pintou?
– Ah, o papel! 

Com um paladar aguçado

Quéo comê um tizolo!
– O quê, filho?
– Um tizolo!
– Um tijolo???
– Nããão! Aquele de a-ôz com môio!
– Ah, tá, um risoto!
– É, isso, é itôto na vidádi!



Refletindo sobre peixes 

– Mãe, o pêsse picisa de asa, né?
– Não filho, é nadadeira!
Pu quê é nadadeia?
– Pra nadar, filho… quem precisa de asa é o passarinho, pra voar, não é?
– Ma o pêsse já tem nadadeia, agóa ele picisa de asa!

(É, pensando bem…)

Mamando
– Esse mamá é meeeeu! – declara Gael.

– Não, ele é meu! – corrige sua mãe.
Ma o biquinho dele é meu!


No playground

– O que é aquio? – pergunta Gael.
– É um escorregador. – responde sua mãe.
– Posso icoegá?
– Pode! Mas você vai sozinho?
– Não, eu bunda móni!



Na piscina

E finalmente, ele entrou na piscina. E então proclamou:
– Não bunda móni mais.
 
 Com sede e sem brincadeira

Quéo suco di uva! – pede Gael.
– De novo? Sério? – responde sua mãe.
Umhum.

Mas ela estava distraída e esqueceu de atender o pedido. Então, depois de três minutos, Gael volta com um pedido mais claro:

– Mamãe, quéo suco di uva séio!

Gael Quintana
– Gael, o Papai Noel é novo?
– Nãããão! Ele é estagado!
– E você? Você é véio ou novinho?
– Eu sou passaínho!

Tarefa lusitana

Joaquim, com quatro anos e dois meses, procurando um brinquedo:

– Mãe, onde está o meu cavalo?
– Filho, eu não sei.
– Mas onde você guardou?
– Eu não guardei nenhum brinquedo. Essa tarefa está nas suas mãos.

(Joaquim olha apavorado para as mãos)

– Não tá! Não tá, mãe, olha!!!

maos

(imagem: pixabay.com)

 

A chegada da Primavera

Quando estava na primeira série Amanda levava muito em consideração tudo o que a professora dizia.
Certo dia, no mês de setembro, seu pai disse que eles viajariam e a mocinha, muito preocupada, disse logo:
– Não, pai, a gente não pode viajar!

– E por que não, filha?

– Porque a professora disse que nós temos que nos preparar pra chegada da Prima Velha!

Reciclável

Letícia, com 3 anos e 5 meses,  contando para sua mãe como foi o dia na escola:

– Mãe, a Maria Rosa e a Tamar queria me jogar no lixo. 

– De verdade filha? Ou elas estavam de brincadeira? 

– De verdade mamãe! (Fazendo sim com a cabeça e com os olhos esbugalhados)

– Mas não dá né filha…

E após uma breve reflexão, Letícia concluiu:

– É verdade… presisa amassar, fazer uma bolinha e depois me jogar, né?

Uma escola diferente

A Eva, filha da Tathi, tem quase dois anos e ama desenhos animados. Já viu quase todos os clássicos da Walt Disney e agora está vidrada no Pinóquio. 

Dia desses, ela chamou a mãe e falou com a maior convicção: 
– Mãe, eu vou para a escola!
Como ainda não tinha comentado nada sobre o tema “escola”, Tathiana estranhou e perguntou:
– Mas com quem você vai para a escola?
E a Eva respondeu com a maior cara de levada:
– Eu vou para a escola com o Pinóquio!
(essa só vai entender quem já leu ou assistiu a história do boneco de madeira que queria ser menino 🙂

No ritmo

A mãe de Eric, de 6 anos, ganhou uma máquina de lavar dessas bem antigonas, mas que ainda funcionava bem.

Logo que a máquina chegou, ela aproveitou para centrifugar umas roupas e foi arrumar outras coisas na casa. Quando voltou para a lavanderia, encontrou Eric parado e boquiaberto diante do eletrodoméstico.

– O que foi, filho, nunca viu uma máquina de lavar roupa? – perguntou a mãe.

E Eric respondeu, ainda impressionado:

– Que lava e dança, não!

Fim do mundo

Miguel, 8 anos, conversando com o pai:

– Pai, o mundo vai acabar um dia?
– Sei lá, mas acabar como, filho?
– Morrer, se destruir em vários pedaços…
– Mas aí nós iríamos morrer?
– Não pai, iríamos ficar flutuando no espaço até encontrar outro planeta para viver…
– Entendi. E qual planeta você queria viver?
– Não sei, mas Marte não dá pois é muito perto do Sol…. Hum, acho que iria querer viver em Saturno para poder patinar nos anéis!

Bicho papão

A terapeuta de Sofia costuma aproveitar os assuntos de interesse das crianças para conduzir alguns trabalhos. Ao perceber que Sofia gostava muito do tema “Harry Potter”, ela resolveu assistir uma cena do filme (onde um “bicho-papão” se transforma no que as crianças mais têm medo) para, se possível, engatilhar uma conversa posterior. Terminada a cena ela comenta:

– Que coisa, né? Esse bicho-papão, então, é um bicho que vive dentro do armário e, quando sai, se transforma exatamente no que a gente mais tem medo… Para o Rony (personagem do filme), ele se transformou em uma aranha gigante… e para você no que ele se transformaria?

– Não sei.

– Não sabe? Ah, mas é só lembrar de alguma coisa que você tem medo de vez em quando. Você não tem medo de nada?

– Não sei.

– Não sabe ou não tem medo?

– …

– Pensa bem Sofia, pode ser alguma coisa que você não goste… No que poderia se transformar o bicho papão quando ele saísse do seu armário???

– Bom… ele podia se transformar numa pessoa que fica fazendo perguntas!