Festa infantil. Cerca de 8 crianças entre 4 e 6 anos brincam de pular corda com dois animados monitores.
– Qual música você quer? – pergunta o monitor.
– Do cabelo arrepiado! – responde uma menininha que deve ter uns 5 anos.
– Tá bom, vamos lá: “Suco, gelado, cabelo arrepiado, qual é a letra do seu namorado? A, B, C, D…” – e assim ele foi cantando e a menina pulando, até que ela erra o salto e a letra “sorteada” é…
– U!!!
– “U”? Ixi, não conheço nome de namorado com “U”! – brinca a monitora.
– Urubu!! – tira sarro um menino de uns 6 anos.
– Não!! – fica brava a menininha da corda – É o Uuuu… Uiliam!!
Céu da boca
Pérolas do Joaquim
Joaquim tem quase cinco anos e muitas histórias pra compartilhar. Algumas de suas conversas já foram publicadas aqui. Ele também é irmão do Tomás e filho da Anne – querida parceira no Mamatraquinha… E para não sermos acusadas de nepotismo lá na página pública, vou fazer um post “colar de pérolas” pra enfeitar a página do Conversas de Gente Grande 🙂
Tatoo
– Mãe, tatuagem não sai?
– Não sai.
– Como você fez para ela ficar aí para sempre?
– Eu fui num tatuador. Ele usa uma maquininha com agulhas, que coloca a tinta dentro da pele.
– Ah. Tá.
(um mês depois)
– Se a tinta está dentro da pele, como ela aparece para fora?
Existe pergunta depois da morte…
– Por que o gato da vovó morreu?
A mãe já deu todas as explicações possíveis.
Ele quer aquela que ela não sabe responder – o que é morte, o que é vida…
então, resignada, ela responde:
– Não sei.
– Então pesquisa.
Sem luz, com lógica
– Mãe, eu não gosto de escuro.
– Por que filho?
– Porque não.
– Ah, mas “porque não” não é resposta.
– Então, porque sim.
Inseminação
– Mãe, eu já descobri por onde os bebês nascem!
– Sério filho? Por onde?
– Não é pela vagina, mãe.
– Então sai por onde?
– Pelo umbigo.
– Ah tá.
– Mas ainda não sei por onde entram.
(dias depois…)
– Mãe! Descobri como os bebês chegam nas barrigas das mães!
– Sério filho? Como eles chegam?
– Vocês comem sementes.
Irmão com restrição
– Joaquim, eu terei outro filho se vc me ajudar a cuidar.
– Tá bom. Mas não pode ser bebê e não pode ser menina.
Beatle Monkey
(foto arquivo pessoal, Anne Rammi)
– E esse é o John…?
– Lennon!!
– Isso meninos! E esse é o George…?
– Curioso!!!!
CNV.soquenao
A mãe em uma tentativa falida de mediação de conflitos:
– Eu vou ter uma conversa muito séria com quem bater E com quem apanhar!
(Cara de mãe, mãozinha na cintura).
– Mamãe, sabia que o Tomás bate E apanha?
(Cara de malandro, dedinho na cara da Anne).
…
imagens diversas: pixabay.com
O bilhete
Theo, que nunca foi um exemplo de boas maneiras, ficou ainda mais difícil com a chegada do irmão.
Em um dia complicado, voltando da escola, segue o diálogo:
– Filho, está escrito aqui na sua agenda que você está mordendo os amigos… A gente já conversou sobre isso, né?
– Quem escritou isso?
– Sua professora.
– Poquê?
– Porque eu pedi para ela me avisar quando acontecer alguma coisa que a gente precise conversar em casa. E não é legal morder os amigos. Você já sabe, você gosta que mordam você?
– Não!
– Então, os amigos também não gostam. Você vai parar de morder os amigos?
– Não! Eu vou pegá uma borracha e vou apagá esse bilete!
Repetente
Um carinho diferente
Almoço de família, com amigos convidados, e a Sofia, de 2 anos, não estava com paciência, principalmente com a prima, também de 2 anos, como o centro das atenções.
Papo vai, papo vem e de repente a prima leva o maior tapão!
– Filha, você bateu na sua prima??? – pergunta a mãe, tentando entender a situação.
E com muita calma e cara de santinha, a Sofia responde:
– Nããão, mamãe, eu não bati, eu fiz um carinho rápido…
Futebol geográfico
O Pedro, com 3 anos e meio, estava em Florianópolis conversando com o Jairo, amigo da sua mãe, e resolveu contar algo que estava acontecendo na sua casa. Para entender melhor, o Jairo pergunta:
– Lá em São Paulo, Pedro?
De repente, ele fica muito bravo e responde:
– Nããão, Xão Paulo, não!
– Ué, mas como é o nome da sua cidade, então? – quis saber Jairo.
Nessa hora a cara feia desaparece, ele abre um sorrisão e diz:
– Corinthiaaassss!
Tênis desamarrado
É tudo artista
Miguel, com quase seis anos, está com um gosto bem refinado para a música. Dia desses, pediu:
– Vivaldi não mãe, quero ouvir Mozart!
“Que filho culto”, pensou sua mãe, trocando de CD. E, em seguida, ele emendou:
– Depois bota um do Lasar Segal!
O céu e a Lua
Benjamim, com 4 anos, também gosta de observar a Lua e, dia desses, observou:
– Olha, mãe, hoje a lua não tá de bolinha, tá de boquinha!
E, com ares mais românticos, outro dia perguntou:
– Mãe, o céu é ar azul né?








