– Eu é que mando! – declara Gael com toda a autoridade dos seus três anos.
– Onde você manda? – pergunta sua mãe.
– Na bagaça!
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Em uma conversa com seu pai:
– O Gael é homem.
– Eu não sô hóme, eu sô um elfo!
E na hora do macarrão:
Sua mãe cozinhando e Gael sentado no banco, assistindo, sem parar de falar, de perguntar coisas. Em certo momento, ela já estava meio distraída e ele perguntou:
– E esse fogo, mamãe, tá aceso?
– Tá, filho – respondeu a mãe sem olhar.
– Esse, mamãe.
– Tá, filho, tá aceso.
Mas o fogo não estava, ele estava apontando para outra boca do fogão e sua mãe não viu.
Então, ele teve que explicar com mais ênfase:
– Não tá, não! Já ti faêi que não tá, mamãe!
Descobrindo os temperos da horta
– O que é isso, mamãe? É ceboinha? – quis saber Gael.
– Sim, essa aí é a cebolinha. – explica sua mãe.
– Gael pode comê?
– Só quando ela crescer mais. Ainda está pequenininha.
E, com cara de chateado, ele pede:
– Aaaaaahhhh, ceboinha! Quésce ógo!
Um dos livros era aquele do ratinho, do morango e do grande urso. No mesmo dia, coincidentemente, seus pais compraram morangos e, na manhã seguinte, Gael acordou todo feliz e foi correndo abraçar sua mãe. Ao perceber os morangos na cozinha, com a cara sapeca de quem está contando uma história, ele perguntou:
– Selá que o ússo vai pegá nosso moango? Selá?
Quando a bisavó do Miguel morreu, ele tinha 3 anos e meio e quis entender melhor tudo o que estava acontecendo conversando com seus pais:
– Por que vocês enterraram a minha bisavó na areia?
– Porque ela morreu, filho.
– E por que ela morreu?
– Porque estava velhinha
– E por que ela tava velhinha?
– Porque nasceu faz tempo.
– E por que ela nasceu?
Diante dos intermináveis porquês, a mãe do Miguel resolveu devolver a pergunta:
– Por que você nasceu, Miguel?
E, animado, ele responde:
– Pá bincá, pá durmi, pá acordá quando tiver de dia!
…………………..
E, já com 4 anos, ele retomou com os pais a conversa sobre a morte e o morrer…
– Todo mundo no mundo inteiro vai morrer, mãe?
– Sim, filho, quando fica velhinho, todo mundo morre.
– Todo mundo mesmo?
– Todo mundo.
– Ahhhh, mas eu sei de uma pessoa que nunca vai morrer.
Nesta hora, a mãe do Miguel pensou que ele iria dizer ele mesmo, ou ela, mas ele logo completou:
– O Papai Noel!
Hugo, com 6 anos e após uma longa e profunda reflexão:
– Mãe, eu acho um absurdo o universo ser infinito!