Self-service

Lucas é um menino bastante precoce e extremamente inteligente. Alfabetizou-se com quatro anos e meio e, aos cinco, dizia coisas que ninguém acreditava (como perguntar à professora se ela irá distribuir os desenhos “aleatoriamente” para os alunos).
Certa vez, após uma brincadeira de “restaurante”, uma colega de classe perguntou:
– Professora, o que é self-service? 
Antes mesmo de a professora conseguir pensar na melhor forma de responder a pergunta, ele já falou com um tom de “mas isso é tãããõ óbvio”:
– Self-service, oras, você serve-se a si mesmo!

É meu?

Marina é a filha caçula de três irmãos. Certa vez, quando ela tinha uns quatro anos e a família toda se arrumava para fazer uma visita, sua mãe pediu:

– Filha, penteia o cabelinho que daqui a pouco vamos à casa do Seu Jaime.
Marina se penteou e ficou bem arrumadinha, mas os irmãos e os pais estavam demorando muito, então, ela resolveu intervir:
– E aí? Mas que horas nós vamos na casa do Meu Jaime?

Pedágio para viagens





Gael V., com 3 anos, iniciando seu planejamento financeiro:

– Mamãe, vamos pegar o avião para ver a Vale e o Nei? (em Florianópolis).

– Gael, primeiro eu preciso juntar dinheiro para a gente ir. – explica sua mãe.


– Eu tenho dinheiro, mamãe! Eu tenho um pedágio, meu dinheiro tá lá. – responde o mini economista.

Intercâmbio

Theo, com quatro anos e nove meses, e Martin, com quatro anos e um mês, fazendo bagunça no sítio enquanto os pais tentavam descansar…

– Nossa, não vejo a hora de vocês dois ficarem adolescentes e poderem viajar para outros países… – fala o pai do Theo.

-Isso, vocês podem fazer um intercâmbio. – completa o pai do Martin.

– Eu não vou! – protesta Theo – Eu não vou, porque eu gosto muito do nosso planetinha!

– Eu vou! – declara Martin – Eu vou querer ir pra Votuporanga!

mochileiroimagem: pixabay.com

Download de bebês

Theo, ainda com 4 anos e 3 meses, gostou de ver o pai comprando aplicativos pela internet e entendeu, do jeito dele, como funciona uma loja virtual, com downloads etc.

Depois de “maquinar” bastante, ele quis explicar suas novas ideias acerca desse tema:

– Sabe, mãe, a barriga da mãe é uma loja onde a gente compra os bebês… (pausa)… Mas só as barrigas de mamães que têm os bebês, entendeu?

Fim do mundo

Miguel, 8 anos, conversando com o pai:

– Pai, o mundo vai acabar um dia?
– Sei lá, mas acabar como, filho?
– Morrer, se destruir em vários pedaços…
– Mas aí nós iríamos morrer?
– Não pai, iríamos ficar flutuando no espaço até encontrar outro planeta para viver…
– Entendi. E qual planeta você queria viver?
– Não sei, mas Marte não dá pois é muito perto do Sol…. Hum, acho que iria querer viver em Saturno para poder patinar nos anéis!

Futebol geográfico

O Pedro, com 3 anos e meio, estava em Florianópolis conversando com o Jairo, amigo da sua mãe, e resolveu contar algo que estava acontecendo na sua casa. Para entender melhor, o Jairo pergunta:

– Lá em São Paulo, Pedro?

De repente, ele fica muito bravo e responde:

– Nããão, Xão Paulo, não!

– Ué, mas como é o nome da sua cidade, então? – quis saber Jairo.

Nessa hora a cara feia desaparece, ele abre um sorrisão e diz:

Corinthiaaassss

Sinceridade familiar

Theo, com quatro anos e nove meses, brincando com o pai e apertando seu nariz:

– Ei, para com isso, você tá apertando meu nariz por que eu sou narigudo? – protesta o pai.
– Nãão, você não é narigudo, papai…

E o pai, por alguns segundos, sente que está fazendo sucesso, até que Theo completa:

– Narigudo você não é, papai, você é barrigudo…

E coversando com a mãe sobre o livro que ela acabara de receber da editora:

– Theo, você quer ver o livro da mamãe?
– Quero. (folheia). Foi você que escreveu e que desenhou?
– Não. Eu escrevi. Mas os desenhos, olha, foi uma amiga da mamãe que fez.
– Ah, bom. Porque você sabe escrever, mas não pinta muito bem, né?

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crédito da imagem: arquivo pessoal