Futebol geográfico

O Pedro, com 3 anos e meio, estava em Florianópolis conversando com o Jairo, amigo da sua mãe, e resolveu contar algo que estava acontecendo na sua casa. Para entender melhor, o Jairo pergunta:

– Lá em São Paulo, Pedro?

De repente, ele fica muito bravo e responde:

– Nããão, Xão Paulo, não!

– Ué, mas como é o nome da sua cidade, então? – quis saber Jairo.

Nessa hora a cara feia desaparece, ele abre um sorrisão e diz:

Corinthiaaassss

Saaai!!!


Henrique, com 1 ano e 7 meses, insistia em passar por todos os lugares onde havia pessoas com seu “Saaaai!” pouco social. Seus pais sempre incentivavam o uso de “Dá licença”, que às vezes tinha efeito, repetido como “Licence” pelo pequeno.
Um dia, Henrique estava tomando banho com sua mãe e resolveu dar voltas pelo box, falando:
– Saaaaai!!!

Ao ser lembrado do “dá licença”, logo mudou sua solicitação para:

– “Licence”, mamãe.

Depois de muitas brincadeiras, quando ambos já estavam enrugados de tanto tempo na água, sua mãe perguntou:
– Henrique, quer SAIR do banho?

E, muito rápido ele fez questão de “corrigir”:
– “LICENCE”, mamãe!


Auto controle

Eric vivia se metendo em encrencas. Com 5 anos, já havia sido convidado a se retirar de duas escolas anteriores. A coordenadora pedagógica da escola atual estava tentando uma abordagem diferente, insistia em manter conversas periódicas com Eric, dando espaço para ele falar mais, lembrando sempre que era importante que ele percebesse melhor seus sentimentos, que se controlasse e extravasasse a raiva de outras formas que não fosse batendo nos colegas.
Em um certo dia, Eric entra na sala da coordenação com o rosto bem vermelho e tentando respirar fundo.
– O que foi Eric? – pergunta a coordenadora preocupada.
– É que eu tô se controlando, tô se controlando!

Diversas da Lina 2

Lina, com 3 anos, um pouco brava com alguns alimentos:


– Papai, esta laranja é ogânica! Você gosta?
 

– Sim, e você?
 

– Eu não sou ogânica!


Com soninho, argumentando com sua mãe:

– Lina, tenta dormir sem chupar dedo, você sabe que não é bom pra você…

– Só mais um pouquinho, mamãe, até acabar!

E brincando com um amiguinho, sem medo das coisas da vida:

– Vamos brincar de morrer? – propõe Lina
– Mas antes eu preciso trabalhar. – explica o amigo
 
– Mas eu vou morrer!
 
– Tá bom.

Vida animal

Rodrigo, com 3 anos e meio, ouviu os tios conversando e começou a repetir dois palavrões: “Talaio” e “Biado”. Mesmo com a família ignorando, tentando mudar o foco, ele ficou por vários dias repetindo em diferentes situações:

Talaio! Biado! Talaio! Biado!

Tempos depois, sua mãe teve uma ideia e resolveu recorrer a um livro de animais para chamar a atenção de Rodrigo. Folheando as páginas, ela explicou:

– Olha, filho, sabe aquela palavra que você gostou? Tá aqui, ó: ve-a-do, é esse bichinho aqui, viu?

E Rodrigo, bastante interessado, completou:

– Vi, legal, e cadê o Talaio?