Outro dia, ela estava olhando o album de casamento dos pais com a tia Ana.
dos encantos da poesia
Valente
Alice, com toda experiência dos seus 4 anos e a sensibilidade de uma garota esperta:
– Por que a Merida não tem príncipe? É por que ela é corajosa?
Hino do Benjamim
Sopa de letras… trocadas…
– Papai, o feneu tá purado?
…
– Mamãe, não consigo eLiquibrar esses livros!
…
– Ai, acho que eu tô com brefe!
…
Self-service
Proporção
Aula de História no 7º ano; comparação entre Arte Medieval e Arte Renascentista. A professora explica:
– Nas obras de arte Renascentistas a noção de perspectiva, profundidade e proporção é muito mais precisa do que na medieval. O corpo dos seres humanos passa a ser retratado com muito mais minúcia de detalhes, blablabla...
No livro, os alunos observam um exemplo de obra renascentista: A Criação de Adão (Michelangelo – teto da capela Sistina).
– Professora, você tem certeza que essa obra é Renascentista e não Medieval? – pergunta uma aluna.
– Claro, é um exemplo clássico, o Michelangelo, blablabla..., o homem, blablabla… Convenci?
– Não, por que a noção de PROPORÇÃO aí tá muuuuito errada!
Risos gerais até o final da aula. Busca obstinada de todos os alunos para acharem mais homens e mulheres pelados pelo livro inteiro. A professora, então, resolve colocar mais lenha na fogueira, na tentativa de quebrar um pouco esse tabu da nudez:
– Ah, meninas, é assim mesmo, tem horas que fica pequenininho tem horas que fica grande, ué!

imagem: wikipedia/domínio público
Viagem astral
– Mãe, eu quero pisar na lua. – afirma Caio, com 4 anos e pouco, no carro com sua mãe.
– Ah, então você vai ter que virar astronauta. – explica a mãe.
– Quando eu tinha 2 anos, eu tinha um traje de astronauta. Eu era astronauta de verdade, andava de foguete…
– É mesmo? E pra onde você foi?
– Ah, eu fui para o espaço, pra Saturno…
– Nossa, pra Saturno? Que legal!
– É, só que lá era muito gelado… tive que levar muita roupa de frio. Tinha até pinguim! E urso polar. Aí eu fiquei com medo do urso polar, que queria me comer…
– Puxa, e o que aconteceu?
– Ah, eu corri muito e ele não me alcançou. Aí eu encontrei uma foca e entrei com ela na água.
– A água devia estar muito gelada, né?
– Não, porque a foca estava quentinha e eu mergulhei agarradinho nela… Aí eu entrei no foguete de novo e voltei pra este planeta onde estava antes. E encontrei você, o papai…
– Ah, entendi…
– Sabia que o piloto tinha o mesmo nome de mim? E ele cuidava de mim enquanto a gente estava no espaço!
Barrigas
Pais e filhos… e irmãos… e mães…
Theo, com 3 anos, conversando com o pai na hora de dormir:
– Pai, quantos “irmões” você tem?
– Três, filho.
– É “muitos irmões”, né pai?
– Não, é bom ter irmãos.
(silêncio, o pai ainda na esperança que ele adormeça…)
– E quantos filhos você tem?
– Dois, você e o Ian.
– Não é muito dois filhos, né, pai?
– Por enquanto está bom, Theo. Dorme.
(mais silêncio)
– Pai… e por que você só tem uma mulher? Não quer ter duas também?
E alguns meses depois, logo ao acordar:
– Pai, o Ian é bebezinho, né?
– É, filho. Mas ele tá crescendo, né?
– É, ele era mais bebezinho pequenininho. Agora ele meninou um pouco.




