Semente da coragem

Clara, com quatro anos e pouco, não conseguia se pendurar numa corda amarrada na árvore. Seu pai apareceu mexendo num potinho de sementes como se não soubesse de nada e disse:

– Olha essas sementes, Clara… Dizem que são muito poderosas… Quando alguém te dá uma, você consegue coragem para fazer qualquer coisa que tem medo… É só pedir! – e entrega a semente para a filha.

Clara, então, pega a corda, segura no nó mais alto, pega distância e pula balançando deliciosamente pendurada… Desce com um sorrisinho de canto e finge que nada aconteceu. Sua mãe observava tudo à distância.

Uma semana depois, todos foram passear em um parque com escorregadores enormes (que chegam perto “do” Deus, como Clara gosta de dizer). A pequena mostrou-se destemida! Subiu, desceu, correu… ufa! Voltando para casa, sua mãe pergunta:
-Nossa filha, hoje você arrasou, estava muito corajosa, muito bom! Você recebeu a sementinha da coragem de novo?

E Clara explicou:
-Não mamãe… ainda é o efeito da mesma!

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(imagem: pixabay.com)

 

Mais Lua

Theo, 3 anos e 10 meses, tagarelando sobre planetas e satélites e olhando a Lua Cheia com a mamãe:

– Olha um planeta!

– Parece planeta, né? Mas é a Lua, filho.

– Mas ela tá assim redonda, que nem um planeta, é um planeta! A Lua é assim com um risquinho (desenha uma Lua Crescente com a mãozinha).

– A Lua tem várias fases, Theo: essa do risquinho é a Lua Crescente, essa redonda é a Cheia…

– Ah, sei, e também a Lua Linguante, né?

Diversas do Theo 2

Entre seus 2 anos e meio e 3 anos, Theo continua contribuindo com o blog…

Diálogo de fim de domingo
Theo: O papai é “gandi”.
Eu: E o Theo?
Theo: O Tetéo é “pitinininho”.
Eu: E a mamãe?
Theo: A mamãe é “divagarzinha”.

Contagem
Theo: dezessete, dezeoito, dezenove, dezedéizzzz!
Na hora de dormir
Diálogo entre pai e filho, passada a hora de dormir:
– Filho, a mãe disse que você precisa aprender a dormir sozinho.

(ele pensa)
– Não, pai. Eu não peciso apendê a domi sozinho, não. Eu sou quiança. Quando eu ficá adulto, aí eu apendo.
– E o que mais você vai fazer quando ficar adulto, filho?
– Quando eu ficá adulto, eu vou tomá tota-tola, toma cevêza… Aí eu dumo sozinho, tá bom?
Na hora de acordar
6:20h da manhã:
– Papai, tô com fome di tainho… (tradução: de carinho)

Depois de aprontar

Voltando para casa, depois de fazer birra:
– Mamãe, você me “tiama”?

(E tem como não amar esse figurinha?)

 Em um dia “insuportááável”, passando de todos os limites. A mãe, grávida de 6 meses, “explode” e segue a conversa:
– Chega, Theo!
– Não!
– Chega!! Minha paciência acabou!
– Não “acabô”, não. Sua paciência tá “dentlo” da sua barriga com o Ian!!
(Sutil, hã? Freud explica?!)
Querendo colo
Theo adora ser carregado no colo, ou montar no pescoço do pai. E, com 3 anos, já está ficando pesadinho. Diálogo sobre isso, subindo a Rua Germaine Burchard:
– Filho, anda um pouquinho. Tá pesado, o pai não aguenta mais te carregar.
– Não, pai. (pensa um pouco) Você é velhinho, mas ainda “aguenta eu”…

Muito amor

A mãe do Marcos, de quase quatro anos, trabalhou bastante nas últimas semanas. Quando chegou em casa, depois de uma viagem à Brasília e muitas conquistas importantes, o pequeno pulou no seu colo, deu-lhe um gostoso abraço e, quando colocou as duas mãozinhas no rosto da mãe, se emocionou. Quando ele percebeu que estava chorando, logo disse:

– Mamãe, tô chorando de rindo!

abracomae

(imagem: mamaesdeplantao.blogspot.com)

 

Sangue e ossos

Theo, continuando suas explorações anatômicas:

– Vamos brincar, pai? – convida o mocinho.

– Theo, o papai não pode brincar agora, porque ele tá com o dente sangrando. – explica sua mãe.

(pausa reflexiva)

– Ô mãe, o dente é feito de osso, osso não sangra!

– Tem razão, mas o dente fica na gengiva e a gengiva dele tá sangrando, porque o dentista mexeu lá e saiu sangue.

(nova pausa)

– E onde fica a gengívia? (coloca a mão) Aqui embaixo dos lábio?

Bandeira mais limpa

Lina, com 3 anos e 10 meses, parodiou a música do soldado, com um toque refrescante. Sua versão ficou assim:
 
“Marcha soldado, cabeça de papel, quem não marchar direito vai preso pro quartel. O quartel pegou fogo, seu polícia deu sinal. Acode, acode, acode, a BANHEIRA nacional.”

Nova especialidade médica

Felipe tem 10 anos e é um garoto super esperto, que mora com a mãe, Giuliana, e com a avó, D. Vilma. Um dia, Giuliana, estava com uma dorzinha de cabeça e pediu para a mãe olhar o que parecia ser um inchaço.

Após um exame rápido, D. Vilma diz:

– Você precisa ir ao médico olhar isto.

– Sim, mas em qual médico eu vou? – pergunta Giuliana.

E antes de deixar a avó responder, Felipe interfere:

– Ao Cerebrologista, ué!?