Duas sobre Morangos

Carolina, de três anos, acompanha a segunda gestação de sua mãe. Certa vez, depois de almoçar bastante e de comer sobremesa, ela pergunta:

– Mamãe, tem um bebê na sua barriga, né?

–  Tem, filha, tem um bebê, que é o seu irmãozinho.

Neste momento ela levanta a blusa e mostra o barrigão:

– Ah, na sua barriga tem bebê e na minha tem morangos!!!

Voltando do parque da Água Branca, passo por uma mãe e uma filha a caminho da feira de produtos orgânicos…

– Não, eu não quero comprar frutas! -diz a menina que deve ter uns dois anos e meio.

– Mas, filha, você gosta de frutas – insiste a mãe.

– Eu não gosto de frutas! – reafirma a menina.

– Gosta, filha, você gosta de morango e…

– Mas morango não é fruta!

– Não? Morango é o quê?

E com “ar de água na boca”, ela finaliza:

– Ah, morango é delícia!!!

Miguel, partos e reencarnações

Miguel, após conhecer sua prima que acabara de nascer e mostrando-se bem informado sobre a fisiologia reprodutiva feminina:
– A Jaci, com essas bochechas enormes…nossa…deve ter sido difícil passar pela xoxota da tia Nani pra nascer!
E recorrendo a “filosofia reencarnacionista” para argumentar com sua mãe:
– Mãe, sabe porque eu não posso dar para o Benjamim essa bicicleta que ficou pequena para mim? Porque quando eu morrer e nascer outra vez, eu vou ter 5 anos de novo, então, tenho que deixar ela guardadinha.

Palavrão

Théo, com 3 anos e pouco, dia desses surpreendeu sua mãe dizendo:
– BUNDA!
 Depois de uma leve repressão, ele se defendeu:
– Mamãe, mas BUNDA é um palavrão simples.

– Como assim, filho? Quem te falou essa história de “palavrão simples”- quis saber sua mãe.

– Eu, mamãe, porque tem outros palavrões que não são simples e são MUUUITO feios.

Com medo da resposta, ainda assim sua mãe perguntou:
– Quais por exemplo, Théo?
 
E ele prontamente repondeu:

CALABOCA. Calaboca é um palavrão não-simples!

Diversas do Theo 5

Pocoyo!
(essa eu tinha esquecido de publicar na época)

Theo com amiguinha brincando em fevereiro:

Lina: Maíra, a gente pode um desenho na tivilisão?
Theo: Deixa, mãe, desenho do Pocoyo!

Eu: Só um pouquinho?
Theo: Só um pouquinho! Eba! Esse desenho é muito sensívu, Lina!


Calendário

Em um final de semana de maio, Theo na sala e eu no quarto:

– Ô mããããe!
– Oi filho.
– Hoje é semana passada?
– Como assim?
(vai até o quarto)
– Hoje, hoje é semana passada?
– Não, Theo. Hoje é hoje. Semana passada foi a semana que passou.
– Mas o que é o hoje?
– Ãh?
– O que é o hoje?
– Hoje é o que tá acontecendo agora, hoje.
– Mas o que é hoje?
– Já falei.. é…
(me interrompendo) – O que é hoje?
E, em tempo, lembro de uma resposta eficiente:
– Hoje é sábado.
– Ah, tá bom!
E volta para a sala satisfeito.

Temperos especiais

Em uma tarde de domingo, brincando de “comidas gigantes”:

– Eu sou o ovo, o papai é a frigideira e a mamãe é o sal.
– OK – respondem os pais.
– Eu vou ficr aqui na frigideira (escalando o pai). Vem, sal, coloca aqui a sua temperência pra comida ficar gostosa!


Cabeças

Ainda com sua cabeça quente em uma noite de Maio:


– Tá muito calor, mãe, minha cabeça tá toda assoada.

E no dia seguinte, com o irmão mais novo:

– Por que o Ian tá com a testa molhada?
– É porque ele mamou e ficou com a cabeça “assoada” que nem você ontem, né?
– Não, acho que não tá assoada, não, acho que isso aí é uma cicatriz de banho.

Construção conjugada

Brincando com uma bancada de madeira, como uma marcenaria de brinquedos:

– Olha, eu vou fazer uma construição!
– Legal, filho.
– Faz você também.
– Ok, vou fazer minha construção.
(passa um tempo)
– Você já construçou? Eu também. Pronto, tá tudo construçado!

Embaralho estomacal

Brincando de massinha e de médico, com um boneco que tem moldes de órgãos do corpo humano:

– Eu já fiz o coração, agora esse aqui é o estôGamo, tá?