O que é importante

Na escola de Felipe, em todo início de ano, são feitas algumas listas com as crianças, registrando “o que vamos aprender”, ou simplesmente as “regras gerais” combinadas previamente com os alunos, desde os três anos de idade.
Foi em um momento de retomada de uma dessas listas que a professora de Felipe falou:

– Então pessoal, vamos lembrar os nossos combinados?

1) Levantar a mão para falar”.

2) Ouvir o que o amigo diz, em silêncio” – Isso é muito importante, não é pessoal?

– SIM! – respondem todos animados.

– Bom, vamos continuar:

3) Lavar as mãos antes de tomar o lanche”. Isso também é importante?

– SIM – novamente em uníssono…

– 4). Ah, essa também é muito importante. “Não bater no amigo”.

Neste momento, Felipe levanta a mão, demonstrando muita ansiedade para falar.

– O que foi Felipe, você quer falar alguma coisa?

– Professora, sabe o que é muito importante nessa vida?

– O quê?

– O que é mais importante, é não levar chineladas!

Diversas do Lúcio 2

Lúcio, agora com cinco anos e nove meses, volta a contribuir com suas perguntas e reflexões:

– Mãe, sabia que cada um tem seu próprio mundo e quando espreguiça e abre os olhos de manhã, sai do mundo só seu e entra no mundo real?!

– Mamãe, quando eu tiver 23 anos, eu vou ser presidente! E eu não vou deixar ter nenhuma fumaça, só a fumaça das cozinhas… e das fogueiras das festas também!

– Mãe!!!! Existe um pai de uma mãe, que é mãe desse pai?

PlanetaT

(imagem: sustentabilidadeparacriancas.blogspot.com)

 

Tiro ao álvaro no museu

Cauã, com 5 anos e meio, foi ao museu e observou muitas coisas.

– O que você viu no museu? – pergunta sua madrasta.

– Desenhos de gente morta. – responde Cauã.

– Que tipo de desenho?
– Tinha um que… “♪ ♫ de tanto levar, flechada do seu olhar ♪ “… FLECHADA! Ele morreu com 5 flechadas!

(E viva São Sebastião, retratado com flexas no peito).

Fim do mundo

Miguel, 8 anos, conversando com o pai:

– Pai, o mundo vai acabar um dia?
– Sei lá, mas acabar como, filho?
– Morrer, se destruir em vários pedaços…
– Mas aí nós iríamos morrer?
– Não pai, iríamos ficar flutuando no espaço até encontrar outro planeta para viver…
– Entendi. E qual planeta você queria viver?
– Não sei, mas Marte não dá pois é muito perto do Sol…. Hum, acho que iria querer viver em Saturno para poder patinar nos anéis!

Palavrão

Théo, com 3 anos e pouco, dia desses surpreendeu sua mãe dizendo:
– BUNDA!
 Depois de uma leve repressão, ele se defendeu:
– Mamãe, mas BUNDA é um palavrão simples.

– Como assim, filho? Quem te falou essa história de “palavrão simples”- quis saber sua mãe.

– Eu, mamãe, porque tem outros palavrões que não são simples e são MUUUITO feios.

Com medo da resposta, ainda assim sua mãe perguntou:
– Quais por exemplo, Théo?
 
E ele prontamente repondeu:

CALABOCA. Calaboca é um palavrão não-simples!

Cura fraternal

Bebel, com 5 anos e pouco, ficou gripada e sua mãe pediu pra que não fique muito perto da irmã bebê.
 
– Se você ficar respirando muito perto, vai passar a doença pra ela. – explica sua mãe.

– Mas mamãe, se eu passar a doença pra ela, aí eu não vou mais estar doente! – anima-se Bebel.

Reflexões matinais

Theo, com 5 anos e meio, ainda na cama com suas reflexões matinais e conversando com a mãe cheia de sono:
– Mãe, pra que servem os números? Pra contar as coisas?
– Sim.
– E pra que servem as tintas? Pra pintar as coisas?
– Sim.
– E pra que servem as letras? Pra escrever as coisas?
– Siiim…
(Falando e rindo sozinho) – Ai, ai, ai… Quanta coisa cabe na minha cabeça!

Depois do café da manhã, ele foi ver uma semente que achou na floresta e plantou com o pai:
– Nossa! Nasceu um galho! Bem grande!
– É grande mesmo e cresceu muito rápido! Acho que essa semente é de uma planta igual ao pé de feijão mágico e vai chegar na casa do gigante, hein, Theo?
– Ahhh, mãe, isso não existe… mas existe que é semente mágica, isso sim!

feijao